Você já deve ter se perguntado e até mesmo ficado na dúvida sobre o futuro escolar de seus filhos. Pois bem, cabe aqui uma longa reflexão sobre as perdas da criança neste período. Obviamente, todos sabem que escola é um local de interação. Mas é na escola, onde a criança pode extravasar sentimentos que muitas das vezes são reprimidos em casa. O período escolar é o momento de desenvolver a autonomia e a autoconfiança da criança. Sem os pais, elas devem traçar escolhas e alternativas para poder decidir por si só o melhor caminho a seguir.
Dentro do ambiente escolar, intervenções, explanações, troca de conhecimento e questionamentos são feitos, que provavelmente quando ocorre em casa, é com menos intensidade e muitas das vezes com a criança retraída, visto que muitos adultos não foram preparados para a situação que estamos vivendo. Por mais que as famílias tentem dar autonomia, não é a mesma coisa que na escola. No ambiente escolar, sempre vai ter aquele professor questionador, incentivando o aluno na sua decisão, apontando vários caminhos, deixando-o em dúvida, mas fazendo com que pense, reflita no que realmente quer. E essa falta de diálogo nos leva a tristeza. Trocar experiências sem ser pré-julgado, independente da idade da criança, é uma necessidade. Com certeza, neste período de isolamento, vocês já devem ter encontrado sua criança chorando por não conseguir encaixar uma peça de quebra-cabeça ou simplesmente por não encontrar a camiseta que queria usar. E você conseguiu perceber que o choro não foi apenas por isso? Isso se chama tristeza. O ser humano não foi criado para viver só.
Embora muitas famílias aprenderam a valorizar mais seus lares, esse tempo de isolamento tem sido cruel com ambos. Com o adulto que necessita de trocas e diálogos mais elaborados, bem como com a criança que está aprendendo. Se este adulto estiver incapacitado emocionalmente o que será do aprendizado dessa criança?
Enquanto isso, aguardamos ansiosos o momento do retorno. Com a certeza de que tudo isso vai passar e de que poderemos restabelecer um novo normal no nosso dia a dia.