Não é fácil lidar com os nossos sentimentos em tempos de isolamento social. Se para os adultos é difícil, para as crianças, é ainda pior, já que elas não compreendem totalmente o que está acontecendo. Da noite para o dia elas perderam a rotina estabelecida, passaram a conviver com um número reduzido de pessoas, obrigando-as a ficar afastadas dos avós, com saudade da escola e dos amigos. É muita coisa para uma criança entender.
Uma ótima dica para ajudar os pequenos a lidar com os seus sentimentos, não apenas nesse momento, mas em todos os outros obstáculos que virão pelo caminho, é através da leitura.
Aproveitando a passagem do Dia Internacional do Livro Infantil, celebrado em 2 de abril, relacionamos histórias que trabalham narrativas focadas na reflexão sobre os diferentes sentimentos em que o ser humano está imerso e a importância de reconhecê-los. Inclusive, esses livros não deixam você e o baixinho esquecerem que não é só de emoções positivas que somos feitos: a raiva, a tristeza e o medo também precisam de validação.
Vale lembrar que, mesmo com temas complexos, as obras não perdem o tom lúdico. Muitas delas trazem animais e formas aleatórias como protagonistas para que ninguém fique de fora da representação e a imaginação possa ir além. Vem ver:
Este livro ganhou um super destaque com um vídeo que a influenciadora Jout Jout publicou em fevereiro de 2018, folheando as páginas em frente à câmera para o público. Ela não conseguiu conter as lágrimas e o motivo é que, mesmo sendo uma obra em tom infantil e ilustrações atrativas aos olhos das crianças, a mensagem subjetiva dele dificilmente passa despercebida.
“A Parte Que Falta” é o livro certo para ensinar aos baixinhos que não dá para ter tudo sempre – e, aqui, não estamos falando apenas de bens materiais. Às vezes, estará tudo bem com a família, mas a escolinha será um pouco difícil, ou os amigos não serão os mais legais ou, ainda, ele sentirá que algo dentro de si não está no lugar e faltarão palavras para conseguir explicar. Outras vezes, teremos que lidar com situações diferentes, como a que estamos lidando agora, tendo que ficar dentro de casa. Com a narrativa, mostra-se para o pequeno que o desapontamento também é um sentimento válido.
Além disso, as ilustrações trabalham para deixar claro que o processo é gradativo. O que começa com a frustração, caminha para o entendimento de que também há beleza na incerteza. E que isso, muitas vezes, vem após tentativas incessantes de fazer dar certo.
Mais literal do que a opção anterior, “O Livro dos Sentimentos” traz situações que mostram as subidas e descidas dos sentimentos que todo mundo vive, além de brincar com o imaginário dos pequenos – afinal, quem nunca teve vontade de abraçar um leão-marinho, não é mesmo, ainda mais nesse momento em que estamos nos vendo obrigados a não abraçar as pessoas que amamos.
O livro pode ser uma ótima opção para ler para os pequenos que, muitas vezes, não conseguem expressar o que sentem, mas conseguem apontar para as ilustrações depois de ouvir a parte escrita. Quem sabe, assim, você não consegue decifrar alguns choros sem motivo aparente e expressões confusas!
Um choro de cá, um choro lá… É assim que se resume o dia da protagonista Bilica. Só que a gente sabe muito bem que, incontáveis vezes, as lágrimas não são aceitas com normalidade pelas pessoas e a personagem entende bem isso. Crescendo, ela começa a ouvir que precisa engolir o choro a qualquer custo.
O resultado disso é que os anos passam com a protagonista acreditando fielmente que as suas lágrimas incomodam as pessoas. Até que, repentinamente, ela vê sua mãe chorando e descobre que: todo mundo chora. O momento faz com que Bilica tenha que aprender a acolher o outro em uma situação em que ela não foi abraçada – e a gente sabe que isso acontece na vida real, né?
Se você já assistiu “Divertida Mente”, aqui está uma versão literária do filme. Calma, não estamos falando que esse é o livro que inspirou o filme, nada disso. O que queremos dizer é que, em “O monstro das cores”, cada uma das emoções também ganha um tom diferente ao ser representada.
No começo da história, o personagem principal está embolado em diferentes cores ao estar imerso em um turbilhão de sentimentos. Com o decorrer do livro, a ideia é que cada emoção seja colocada em seu respectivo lugar e ele consiga reconhecer o que está sentindo. É isso que queremos para as crianças, certo? Consciência emocional!
A obra foi escrita pela arte-terapeuta Anna Llenas, traduzido para 16 idiomas e com mais de 200 mil exemplares vendidos na Espanha. Vale a pena conferir!
Parece que os bichinhos são ótimas opções para discutir sobre como lidar com os sentimentos! Como a ilustração da capa mostra, “Orelha de Limão” conta a história de uma ovelhinha que tem um detalhe diferente: uma de suas orelhas é amarela-limão.
Só que, diferente das outras obras citadas, aqui a autora alemã Katja Reider vai falar sobre pessoas gentis ao nosso redor que ajudam a solucionar problemas que até então parecem não ter uma luz no final do túnel. Um respiro para os pequenos serem lembrados de que eles também encontrarão amiguinhos que os ajudarão em circunstâncias difíceis!
E você, tem alguma sugestão de outro livro para incluir nessa lista? Caso sim, deixe a sugestão nos comentários.
Fonte: Bebê/Abril