Ahhh, a poesia! Elas encantam pessoas de todas as idades. Neste mês, realizamos o nosso Sarau, que trouxe muita poesia, música e arte para os presentes. Impossível não sentir felicidade ouvindo uma poesia.
E a Estação Criança vai além e recomenda: uma dose de poesia diária faz bem para a saúde, deixa os dias mais leves, a vida mais colorida, o coração mais quentinho e a alma mais feliz!
A verdade é que as rimas e os versos agradam crianças e adultos e, cá entre nós, ler juntinho com os pequeninos é ainda mais gostoso! Por isso, listamos aqui alguns poemas sobre a felicidade, a falta dela e todas as suas múltiplas variações para você ler com o seu pequeno. E se rolar um bate-papo depois, sobre o tema, melhor ainda. Confira a seleção especial:
Faça uma careta e mande a tristeza pra longe pro outro lado do mar ou da lua
vá para o meio da rua e plante bananeira faça alguma besteira
depois estique os braços apanhe a primeira estrela e procure o melhor amigo para um longo e apertado abraço.
Quantas vezes a gente, em busca da ventura, Procede tal e qual o avozinho infeliz: Em vão, por toda parte, os óculos procura Tendo-os na ponta do nariz!
Não te deixes destruir… Ajuntando novas pedras e construindo novos poemas. Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça. Faz de tua vida mesquinha um poema. E viverás no coração dos jovens e na memória das gerações que hão de vir. Esta fonte é para uso de todos os sedentos. Toma a tua parte. Vem a estas páginas e não entraves seu uso aos que têm sede.
Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! Como são belos os dias Do despontar da existência! — Respira a alma inocência Como perfumes a flor; O mar é — lago sereno, O céu — um manto azulado, O mundo — um sonho dourado, A vida — um hino d’amor! Que aurora, que sol, que vida, Que noites de melodia Naquela doce alegria, Naquele ingênuo folgar! O céu bordado d’estrelas, A terra de aromas cheia As ondas beijando a areia E a lua beijando o mar! Oh! dias da minha infância! Oh! meu céu de primavera! Que doce a vida não era Nessa risonha manhã! Em vez das mágoas de agora, Eu tinha nessas delícias De minha mãe as carícias E beijos de minhã irmã! Livre filho das montanhas, Eu ia bem satisfeito, Da camisa aberta o peito, — Pés descalços, braços nus — Correndo pelas campinas A roda das cachoeiras, Atrás das asas ligeiras Das borboletas azuis! Naqueles tempos ditosos Ia colher as pitangas, Trepava a tirar as mangas, Brincava à beira do mar; Rezava às Ave-Marias, Achava o céu sempre lindo. Adormecia sorrindo E despertava a cantar!
Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! — Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras A sombra das bananeiras Debaixo dos laranjais!
Passarinho na janela, pijama de flanela, brigadeiro na panela. Gato andando no telhado, cheirinho de mato molhado, disco antigo sem chiado. Pão quentinho de manhã, drops de hortelã, grito do Tarzan. Tirar a sorte no osso, jogar pedrinha no poço, um cachecol no pescoço. Papagaio que conversa, pisar em tapete persa, eu te amo e vice-versa. Vaga-lume aceso na mão, dias quentes de verão, descer pelo corrimão. Almoço de domingo, revoada de flamingo, herói que fuma cachimbo. Anãozinho de jardim, lacinho de cetim, terminar o livro assim.
Em caso de dor ponha gelo Mude o corte de cabelo Mude como modelo Vá ao cinema dê um sorriso Ainda que amarelo, esqueça seu cotovelo Se amargo foi já ter sido Troque já esse vestido Troque o padrão do tecido Saia do sério deixe os critérios Siga todos os sentidos Faça fazer sentido A cada mil lágrimas sai um milagre
Caso de tristeza vire a mesa Coma só a sobremesa coma somente a cereja Jogue para cima faça cena Cante as rimas de um poema Sofra penas viva apenas Sendo só fissura ou loucura Quem sabe casando cura Ninguém sabe o que procura Faça uma novena reze um terço Caia fora do contexto invente seu endereço A cada mil lágrimas sai um milagre
Mas se apesar de banal Chorar for inevitável Sinta o gosto do sal do sal do sal Sinta o gosto do sal Gota a gota, uma a uma Duas três dez cem mil lágrimas sinta o milagre A cada mil lágrimas sai um milagre
Fonte: Leiturinha