A Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul (SES) divulgou neste mês de junho informações sobre a dengue no estado, revelando que já há 968 casos da doença só neste ano. Outros 610 casos seguem em investigação pela Vigilância em Saúde, enquanto 1.138 suspeitas foram descartadas.
Diante disso, todo cuidado para prevenir a contaminação pelo vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti é pouco – principalmente com os pequenos. Os pais devem ficar atentos a qualquer sinal que o filho apresente e procurar um médico sempre que houver suspeita de infecção.
Muito se fala sobre a dengue, mas muita gente desconhece quais são os seus sintomas e como ela evolui em crianças. Por isso, estar bem informado sobre a doença é a melhor forma de proteger as crianças contra a dengue.
Em geral, crianças com mais de dois anos apresentam os mesmos sintomas que os adultos, como febre alta, dores no corpo, prostração, fraqueza e dor no fundo dos olhos. Outras manifestações que também podem aparecer são manchas na pele, vômitos e diarreia. Já em crianças menores ou bebês, é mais difícil notar o que está acontecendo, já que eles não sabem identificar ou dizer exatamente o que estão sentindo. Por isso é importante observar se há febre alta, presente em 100% dos casos, não associada a outros sintomas, como coriza ou tosse, indicando que não se trata de algum tipo de infecção viral. Quando infectada com dengue, a criança pode ficar apática ou irritada, chorando sem parar. É possível observar ainda que ela passa a recusar as mamadas por falta de apetite e, em alguns casos, também a apresentar erupções cutâneas.
A evolução da doença se dá em fases, mas elas não são tão bem delimitadas nos pequenos quanto nos adultos, o que dificulta o diagnóstico. Em alguns casos, o quadro pode regredir após algum tempo, dando aos pais uma falsa impressão de melhora e, depois, voltar a piorar. Por isso, é importante observar o comportamento dos filhos e os sinais que eles dão de que algo não vai bem. Uma vez diagnosticada e tratada corretamente, dificilmente a dengue avança para um estágio mais grave.
Ao desconfiar que seu filho possa estar com dengue é essencial consultar um pediatra e nunca medicar a criança por conta própria. É o especialista que vai avaliar se há infecção e qual é a gravidade do caso – o que vai definir como será feito o tratamento. Nos casos mais severos, é recomendada a internação para que a criança seja monitorada e tratada por profissionais. Se o quadro for mais leve, o pequeno pode ficar em observação por algum tempo e seguir com os cuidados em casa, que inclui repouso e hidratação.
O uso de repelentes em menores de dois anos não é recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). No entanto, com orientação médica, a utilização do produto pode ser liberada para os pequenos com idade entre seis meses e dois anos em casos especiais, como a epidemia enfrentada em algumas cidades brasileiras. Antes disso, bebês de até seis meses só devem usar mosquiteiros e roupas protetoras.
É importante destacar, também, os princípios ativos dos repelentes recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para combater o mosquito da dengue. A substância IR 3535, com concentração de 30% (fiquem atentos aos rótulos!), é a única permitida pela Anvisa para crianças acima de seis meses. Para os maiores de dois anos, podem ser utilizados produtos com Icaridina (KB3023), que protege por um período de 8 a 10 horas, ou DEET, com proteção de quatro horas. A SBD recomenda, ainda, que os pais procurem vestir os filhos com roupas brancas, pois peças coloridas – assim como o suor ou perfumes – atraem os insetos.
Fonte: Bebê/Abril - Gaúcha/ZH