Após mais de meio ano longe da sala de aula presencial, o retorno parece que está ficando cada vez mais concreto.
Especialistas recomendam o retorno, desde que feito com segurança, mas em alguns casos pode ser preciso fazer uma adaptação semelhante à da mudança de escola, já que as crianças permaneceram um período muito longo em casa.
O retorno à escola pós-pandemia de Covid-19 ainda está cercado de incertezas no país, mas os médicos alertam de que é preciso começar a levar o assunto a sério, especialmente para as crianças pequenas. “Houve uma adaptação, mas o isolamento social segue refletindo negativamente na saúde mental delas e não poderá ser mantido por muito tempo”, alerta Roberto Santoro, coordenador do Grupo de Trabalho sobre Saúde Mental da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
A SBP defende a volta, desde que os devidos protocolos de segurança sejam respeitados. Entre os argumentos, incluem as alterações de comportamento notadas na pandemia e a falta de contato com pessoas da mesma idade numa época em que isso é muito importante.
“Em nenhum país as crianças ficaram longe da escola por tanto tempo, por isso estamos defendendo a volta, mesmo que a pandemia não esteja totalmente controlada”, aponta Fausto Flor Carvalho, pediatra, chefe do Departamento de Saúde Escolar da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Na Estação Criança, a preparação para que o regresso seja o mais seguro possível iniciou logo após a pandemia começar. Com o apoio da nutricionista da escola, Bruna Mocelin, foi criado um extenso protocolo de saúde para contingência de Covid-19. Com o objetivo de garantir a segurança de toda a comunidade escolar, foram estabelecidos diversos critérios, baseados em protocolos de saúde, visando planejar as ações necessárias para atender a nova demanda que se apresenta. Com isso, a escola já está pronta, aguardando ansiosa o retorno das aulas presenciais.
Poucos dias antes do retorno, explique que a escola já está pronta para reabrir, que ela irá reencontrar os amiguinhos.
A pedagoga da Estação Criança, Michelle Medeiros, destaca que no retorno será iniciado um período de readaptação, onde as crianças menores ficarão 1h no primeiro dia, aumentando gradualmente ao longo da semana. "Primeiramente, é importante que a família reforce em casa os cuidados de higiene. Mesmo sendo reforçados na escola, o auxílio da família é sempre bem-vindo. Nesta primeira semana, vamos precisar do apoio integral da família, visto que o retorno é após um longo período de afastamento e teremos muitas mudanças. Muitos colegas não irão retornar, bem como alguns professores. Desta forma, as mudanças serão visíveis, por isso a importância da família estar segura neste retorno", explica a pedagoga.
Ela destaca que caso o pai tenha qualquer dúvida, é importante conversar com a direção. "Estejam cientes que estamos preparando a volta com todo o cuidado que o momento exige. Pequenas dicas, como organizar a mochila com o auxílio da criança, relembrar momentos alegres vividos na escola e até mesmo fazer pequenos cartões de boas-vindas para os colegas, são gestos simples, mas que motivam a criança", complementa Michelle.