É comum os pais terem dificuldade de fazer o filho dormir no próprio quarto. A criança vai crescendo e com o tempo essa necessidade de fazer ela dormir na sua cama passa a ser uma preocupação, já que pra muitos, não é uma tarefa fácil.
Se isso está acontecendo na sua casa, com algumas dicas é possível reverter essa situação.
Em primeiro lugar é importante identificar o motivo que leva seu filho a não querer dormir no quarto dele. E normalmente ele tem três possíveis causas diferentes:
A criança acostumou com o hábito de dormir no quarto dos pais e acha que isso faz parte do processo de sono.
A criança sente falta dos pais, principalmente da mãe, por isso chora se fica sozinho em seu quarto.
A criança desenvolveu medo de ficar em seu próprio quarto.
Assim, a primeira pergunta que você precisa responder para ajudar o filho a dormir no quarto dele é essa. Em geral bebês e crianças bem pequenas foram acostumados a dormir no quarto dos pais, e consideram que isso faz parte do processo de sono. Portanto, podem se recusar a dormir no berço ou na sua cama já no início da noite, ou se acordam na madrugada.
Há também fases, como a que ocorre por volta dos 8-9 meses de vida do bebê, em que há uma dificuldade maior de afastamento da mãe. É a chamada ansiedade de separação, que acontece quando o bebê se dá conta de que é um ser independente da mãe – e que esta pode, portanto, se afastar. Até lá dificilmente seu filho não quer dormir no quarto dele por sentir sua falta, ou porque tem medo. Mas a partir daí seu pequeno pode, de fato, ter receio do afastamento e chorar.
Crianças maiores, com mais de 3 anos, podem ter medo de ficar sozinhas. É quando começa a aparecer o medo do escuro, e de alguns monstros. Só mais para frente seu filho terá outros tipos de medo mais concretos, como o de um assaltante (por volta dos 7 anos).
Depois que você identificou a causa do problema, é hora de partir para a ação. Listamos alguns passos que podem ajudar na resolução do problema
Independente da causa, se você decidiu que é hora de seu filho deixar de dormir na sua cama (lembrando que isso é uma opção muito pessoal de cada família), seja consistente. Não adianta insistir para que ele durma no quarto dele quatro dias seguidos, se no quinto e no sexto você permite que ele volte para a cama do casal. A partir do momento que ele perceber que você não voltará atrás, apesar dos resmungos, o processo ficará mais fácil.
Quando você diz que seu filho não quer dormir no quarto dele e que deseja realizar uma mudança nesse hábito, toda a família será afetada. A criança passará por uma fase de readaptação, que exigirá dele. Consequentemente, você também ouvirá mais choro e reclamações, e precisará ter bastante paciência para lidar com elas. Tenha em mente que a mudança não ocorre em poucos dias – às vezes é preciso mais de um mês para que a nova rotina seja consolidada.
Muitas crianças precisam da segurança da presença dos pais para adormecer. Não há problema algum nisso, é muito natural. Certamente alguns amigos dirão que deixam seus filhos acordados em seus quartos e fecham a porta, e que assim eles adormecem. Pode ser verdade, assim como também é certo que em muitas famílias isso não acontece. Assim, você pode ficar ao lado da cama do seu filho, ou sentado ali até que ele adormeça tranquilamente.
Quando a criança já não é um bebê, vai gostar de notar que seu quarto mudou e que está renovado. Conte que a mudança aconteceu porque ele já é um menino grande, que merece uma cama ao invés de um berço, por exemplo. Ao colocar seu filho em outro “status”, você pode explicar que faz parte da nova fase dormir no quarto dele, e não no seu. Deixe que ele escolha alguns objetos para o quarto novo também, assim ele se sentirá mais dono do espaço, e mais feliz ali. Isso facilitará o processo de sono.
Conte histórias suas, de como era bom dormir em seu quarto quando você era pequeno. Sua experiência pessoal é extremamente válida para seu filho: “se a mamãe ou ou papai gostavam de dormir no quarto deles, então também posso gostar!”. Use também livros que falam do sono da criança. Tudo é válido nesse momento
Muitas crianças têm medo do escuro – senão todas, em alguma fase da vida. Mesmo aquelas que no início não demonstram medo podem desenvolver depois, com mais idade. Por isso deixar a luz do banheiro ao lado acesa, ou usar uma luzinha de tomada que promove uma leve claridade, pode ajudar demais seu filho a se sentir mais seguro em seu próprio quarto.
Há famílias com casas grandes, nas quais há inclusive um quarto para cada filho. Mas já pensou que pode ser extremamente benéfico juntar os dois? Passada a fase em que o menor é bebê e demanda muitos cuidados (como trocas de fralda e amamentação) na madrugada, é uma boa pensar em colocar os irmãos para dormir juntos. Assim um terá a companhia do outro e até os laços entre eles podem ficar mais fortes. O segundo quarto seria um ótimo espaço para os brinquedos, que podem sair da sala, por exemplo.
Seu filho vem dormindo na sua cama nos últimos 300 dias do ano. Então quando você coloca em prática a nova postura de não deixar que ele durma lá, certamente haverá choradeira. Mas e se você fizer isso depois que ele passou uma semana na casa da avó? Ou depois de uma viagem em família? Essas pausas na rotina podem ser usadas para começar um novo ciclo de forma diferente, já pensou nisso?
Há crianças que, nesse processo de aprender a dormir no próprio quarto, começam a acordar 3, 4 vezes durante a noite e vão para a cama dos pais. Sim, seu filho pode ser do tipo extremamente insistente! Mas já que você decidiu colocar o plano em prática, seja firme e leve-o para o quarto dele quantas vezes forem necessárias. E considere uma vitória quando ele acordar na caminha dele.
A linguagem que você usa é extremamente importante para que seu filho queira dormir no quarto dele. Seja firme e mostre que o hábito da criança dormir em seu quarto é perfeitamente normal, comum, e que não há problema nisso. Seja direta e franca, pois a criança entenderá o recado. Por outro lado, tente não perder a calma. Quanto mais paciência tiver nesse processo, melhor.
Agora é colocar em prática, sem colocar prazo para a missão. E não fique triste se algumas recaídas acontecerem e seu filho voltar para sua cama (quando eles ficam doentinhos, isso pode acontecer). O mais importante é que você já sabe o caminho, e que sabe que dará tudo certo no final. Até porque não tem adolescentes querendo dormir na cama dos pais, não é verdade?
Fonte: Mil Dicas de Mãe