Em épocas de eleições é comum as crianças perguntarem aos pais sobre o que está acontecendo. Mesmo pequenas, elas acabam escutando, seja na televisão, no rádio ou até em carros de som na rua músicas de candidato, e algumas vezes até acabam cantando alguns jingles, sem ao menos saber o que está acontecendo. Alguns adultos até levam os filhos junto quando vão votar, mas pouco se explica aos pequenos o que está ocorrendo.
A verdade é que muitos pais nem sabem como ensinar sobre eleições aos filhos. Dessa forma, as crianças acabam crescendo sem entender o que significa a política no Brasil porque é algo que não se discute ou não é assunto de criança.
Por acreditar que política não é assunto de criança, muitos crescem sem entender muito bem sobre o tema e de repente chegam à idade de votar e acabam caindo de paraquedas no meio de tudo isso.
Piaget, um dos pais da pedagogia moderna, traz o conceito de que as crianças aprendem sobre aquilo que conseguem experienciar. O período das eleições pode ser visto como um ótimo cenário para trazer essa experiência. Criar cenários onde seja estimulado o debate sadio e respeitoso sobre ideias para o coletivo é uma das formas que podemos explicar as eleições para as crianças.
Mostrar a elas que cada pessoa tem o direito de pensar diferente, de ter uma opinião diferente é uma das grandes conquistas da democracia. Bem como estimular que elas expressem suas ideias e aprendam a ouvir as ideias dos amigos é um jeito de construir a mudança social.
Escutar o que as crianças têm a dizer sobre o assunto também é muito importante. E se as crianças tivessem voz nas eleições? O que elas estariam aprendendo? E se ouvíssemos quais são suas ideias para melhorar a convivência na escola, em casa, no parque, será que não teríamos adultos mais preparados e dispostos a debater processos de mudança coletiva?
Enfim, é preciso começar a envolver os pequenos seres em construção nos processos eleitorais, dentro dos nossos lares, da escola. Estimular atividades que abordem esse tema, estimular a pensar coletivamente.
Fonte: Leiturinha
